domingo, 16 de junho de 2013

Story of a man


Bom o primeiro tema do meu vídeo na oficina foi filmar uma criança, adorei o resultado, porque mesmo com a minha instrução dei liberdade total com os objetos que disponibilizei para poder gravar, ela foi extremamente espontânea. Continuando nesse tema, lembrei desse videoclipe que foi gravado com imagens da infância do musico Tiago Iorc, tem leveza, inocência, acompanhado de uma bela canção, é realmente lindo.

quarta-feira, 5 de junho de 2013

Resenha do livro Arte e Mídia - Arlindo Machado


A arte e mídia é designada para expressões artísticas que o homem se apropria das tecnologias, sendo possível em várias áreas além das Artes Visuais. Durante o processo histórico sempre houve instrumentos avançados tecnologicamente para sua época. Os artistas utilizavam dessa novidade para criar e fazer arte. No mundo contemporâneo temos ferramentas como o computador, internet e vários programas que permitem a execução artística digital.Com a industrialização e o surgimento das maquinas os artistas subverteram a função das técnicas agregadas a sua funcionalidade e criam um sentido contrario de sua produtividade.

A ARTE COMO METALINGUAGEM DA MÍDIA

A arte mídia representa a metalinguagem que dispõem de elementos críticos. A vídeo arte estabeleceu essa consciência desde o inicio com Wolf Vostell e Nam June Park que utilização fragmentos de programas de televisão e ruídos naturais, para compor uma plástica aos vídeos. Entre a vídeo arte e a arte mídia á um artista contemporâneo, Antoni Muntadas que questiona a sociedade midiática realizando instalações em lugares diversos podendo ser espaços públicos, espaços fechados e em paisagens urbanas. Como cita Arlindo (2007, p. 20): Muntadas retoma uma grande tradição da arte contemporânea, que começa com os readymandes de Duchamp, segue com a reapropriação de objetos industriais pelo dadaísmo, as colagens de Schwitters, Rodtchenko e Heartfield, até a retomada da iconografia de massa pela Pop Art.

A MÍDIA COMO REORDENAMENTO DA ARTE
            
Há o sentido inverso e comparações entre a cultura elevada e clássica contra a subcultura efêmera, como exemplo há o cinema como arte e comunicação de massa. Enquanto os intelectuais tradicionais ignoram o alcance estético do produto de massa. Os defensores da arte mídia tem apreço pela demanda comercial e industrial, não necessariamente focando como produtos artísticos, mas como modelos econômicos de nosso tempo.Outro ponto importante é a origem das artes eletrônicas que para alguns nasce com as experiências de Wolf Vontell e Nan June Park com a vídeo arte. E nasce oficialmente em 1960 com o comercial Portapack (gravador portátil de vídeo teipe). O autor cita inúmeros artistas que exploram o esse processo de linguagem, cita Kovacs que produziu procedimentos desconstrutivos, inspirando vário outros artistas.

TECNOLOGIA E ARTE: COMO POLITIZAR O DEBATE

O Brasil é deslocado geograficamente dos países produtores de tecnologia. Mas os computadores e a internet fazem parte da grande população do planeta. As novas tecnologias penetram em grande parte dos povos. Os índios norte-americanos deixaram seus costumes arcaicos do skywriting (linguagem dos sinais de fumaça) pelo netwriting. Segundo Arlindo (2007, p. 33) “As novas tecnologias não promoveram esse avanço democratizando o acesso, universalizando as riquezas produzidas gerando o crescimento material e cultural de todo o planeta atingido pela sua influência”. O lado negativo é a aceleração no ritmo de vida, exigindo atualizações rápidas. O poder dominante das novas tecnologias está na mão do estado ou de empresas privadas. Arlindo (2007, p. 35) aponta “Um processo de esvaziamento da política, vazio esse que foi sendo aos poucos preenchido pelo discurso hegemônico da tecnologia”. 

A CONTRIBUIÇÃO DE FLUSSER

Pensador da tecnologia no séc. XX, Vilém Flusser, tcheco de nascimento, viveu 31anos no Brasil passou pela ditadura militar, e enfrentou o avanço das tecnologias junto a artistas brasileiros. Analisava as mutações culturais e sociais no meio contemporâneo. Vê a substituição da escrita, pelos caracteres do computador e toda a sua engenharia formada pelos bytes e pixels.  Sua obra mais conhecida é Filosofia da caixa-preta, com o conceito de caixa preta empregado a um dispositivo fechado cujo seu interior, segundo o autor (2007, p. 44) pode ser intuído através de experiências baseadas na introdução de sinais de onda. E a fotografia vem como um desses primeiros dispositivos. Em que o fotografo sabe captar a imagem apertando um botão, mas muitas vezes desconhece as propriedades químicas e outras características da maquina. A filosofia de Flusser quer instigar uma reflexão sobre as possibilidades de criação e liberdade, muitas vezes restritas a um software. Adverte sobre a automação e a repetição do artista, possibilitando a estereotipia.

ARTE MÍDIA: A EXPERIÊNCIA BRASILEIRA

Inicia-se em 1950 a experiência em poéticas tecnológicas com Abraham Palatnik na arte cinética, Waldemar Cordeiro na arte computacional, conhecido nacional e internacionalmente pela sua produção em arte concreta e Jorge Antunes na musica eletroacústica. Tinham duas características marcantes: a sincronia com que estava sendo produzido, e o veio critico dos trabalhos. Em 1971 Waldemar Cordeiro organizou a Arteônica, visando internacionalmente o país no uso criativo dos computadores na arte. Desse tempo pra cá as poéticas tecnológicas saíram de um movimento quase underground para ser produção hegemônica artística. Houve uma padronização com cita o autor (2007, p.54) das qualidades do hardware ou das potencialidades do software. Mas o Brasil vem se dedicando a eventos no cenário da produção artística tecnológica com o Art.ficial e com o Festival Internacional de Arte Eletrônica Videobrasil.

CONVERGÊNCIA E DIVERGÊNCIA DAS ARTES E DOS MEIOS

É saudável imaginar os campos da fotografia, cinema e musica fazem parte de um conjunto de círculos em que há parentescos entre eles. No cinema existe a fotografia e a musica, e na musica também há fotografia. Cada círculo teria sua especificidade e união.No meados da década de 50 tinha uma tendência em pensar na verdade objetiva e a busca da essência de cada campo.Com o passar do tempo a fotografa, cinema, televisão e vídeo ficaram bastante próximos e em movimento de expansão e ampliação havendo união maior entre os meios. E com o computador, máquina hibrida capaz de executar, vídeos, fotografia, musica e textos, mostrou a capacidade dessa multiplicidade. Junto às novas tecnologias e a rapidez não há um processo de amadurecimento das técnicas e a produção é dita como superficiais.