Nos anos 60 depois do urinol
de Duchamp o conceito tornou-se fundamental na arte. A videoarte nasce como
oposição às comunicações de massa, sobretudo a televisão que era presente em
90% dos lares americanos naquela época.
É considerado o primeiro
videoarte, uma gravação de Nam Jane Paik, integrante do Fluxus, feita em 1965
que acompanhou a comitiva do papa que passava pela Quinta Avenida em Nova York.
Esse vídeo é classificado como vídeoarte, pela extensão da pratica artística de
Nam que era associado a musica experimental e a performance. A videoarte deixa
a questão da intenção do artista, sendo um produto não comercial, que não
estava à venda.
O que levou os artistas,
como Bruce Nauman, Joan Jonas, John Baldessari, a produzirem essa nova
linguagem foi o seu baixo custo, e sua transmissão instantânea. Todos eles
tinham como tema referente o tempo e a memória. Segundo Graham por Rush (p.78
2006) “O vídeo devolve dados originais ao ambiente imediato, em tempo presente.
O filme é contemplativo e ‘distante’, afasta o observador da realidade presente
e faz dele um espectador”.
Críticas à televisão eram
frequentes e dominou como tema até a década de 80, para os artistas ela não
passava de um entretenimento comercial, que banalizava assuntos em meio a
tantos comerciais que alimentavam o consumo.
Após alguns anos começaram a
surgir novos aparatos e computadores para a manipulação de imagens do vídeo,
artistas que tiveram contato com grandes estúdios da televisão comercial como o
casal Steina e Woody Vasuka criaram ferramentas e mecanismos artísticos para as
imagens no processo digital. Nam June Paik além de produzir e ser o artista
mais influente da videoarte contribuiu com seu sintetizador Paik/Abe, inovador,
que manipulava imagens e as coloria, essa colagem eletrônica trazia imagens
alteradas por cores, como mostra na obra Butterfly
de 1986.
No seu inicio a videoarte
estava diretamente ligada a performances, e alguns artistas praticavam como
forma de arte conceitual e minimalista. Artistas que se caracterizaram na
pratica do vídeo conceitual, questionavam o lugar do corpo na arte, como Vitor
Acconci, que de uma perspectiva masculina revelou a falsa sensação de
intimidade da imagem televisual.
A ascensão das mulheres na
sociedade a tornou livre para a expressão artística, assim arte feminista ganha
forma. Joan Jonas com suas performances deixava a exagerada repetição tomar
conta, fragmentava e desorientava percepções do corpo feminino, como em Vertical Roll que ela aparece , batendo
a colher contra câmera sugerindo uma metáfora com a vida domesticas que as
mulheres levavam. Assim como ela, outras
mulheres como a artista Dara Birnbaum trabalharam com a estética do vídeo.
Birnbaum se apropriou de imagens da Mulher
Maravilha e que segundo Rush (p.92, 2006) “contestou o mito da mulher como
amante e trabalhadora miraculosa, belamente esculpida”.
Na década de 80 as câmeras estavam cada vez
mais acessíveis com novas técnicas de processamento e filmavam imagens
coloridas, isso faz a videoarte progredir e começar a assumir identidade
própria. Nessa época os artistas buscavam essa identidade tanto em narrativas
pessoais (sexual e cultural) como em liberdade política e econômica. A arte
feminista traz a questão da sexualidade e criticas a degradação do corpo
feminino na cultura popular, mostrada por programas de televisão.
Já Bill Viola trata o vídeo
como expressão intensamente pessoal, a narrativa do eu e o não-eu presente no
misticismo oriental, o interessavam e é tema central em sua obra. Ele produzia vídeos altamente polidos e
sofisticados. Segundo o autor (p.106 2006) “O que é vibrante na videoarte é o
fato de que engloba tanto orçamentos grande quanto modestos, ao menos
levando-se em conta o que se vê em festivais, museus e galerias”. O vídeo
ganhou boa posição de legitimidade como arte, como pouquíssimos acreditavam em
meados dos anos 80.
A videoarte no século XX
tornou-se atraente aos jovens artistas pelo fácil acesso as novas mídias,
possibilitando narrativas, experimentações e transmissão de mensagens pessoais.